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terça-feira, 19 de abril de 2011

Mulher Fumaça

Distante e de pouco contato, mas o suficiente pra fazer com que não te esqueça
Vejo seu rosto, eterizado na foto em una pose, a olhar-me fixamete
Extenso em complexidade, catividade e beleza. Não pisca, não ri, não chora...mas o fazes quando quer
E parece que adora o meu olhar admirado, confuso por sobre a tela
sem saber quando, ou se ainda vou te ter
Apareceste feito cometa, raro, belo, fugaz
Te fixei em mim como uma estrela. Radiante, excetrica em forma e beleza,
quase eterna
Espero por um futuro que pode até não vir
Mas fico aliviado em saber q n me arrependerei por n ter tentado

Mulher Fumaça.....

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dia de nuvens

Manhã triste de um dia frio, sem sentimentos. O coração amanhece pesado, batendo apertado, parece querer bater lá fora, ao alcance de alguém que já não está.
- Mas chegue logo! Não é pressa, é saudade; não é egoísmo ou vaidade, é solidão; não é desejo, é apenas verdade. Pois hoje o dia está assim meio chato, e ao som de Chico e do velho Chico alguns rabiscos pra aliviar a tensão.
Preste atenção, veja como são as coisas, a nossa vida, tudo que já vivemos, momentos mágicos. Mas chega a hora de enfrentar a realidade e tudo parece meio perdido, na solidão só dá pra encarar sozinho. E o mundo continua a girar, e a vida fora do eixo, e nem um feixe de luz pra esclarecer, só pra clarear meu rosto, e está tudo a mesmo coisa.
Mas não me desespero, desespero é pra quem não tem mais esperança, e eu vi uma ontem no jardim do vizinho, nem pensei que elas ainda existiam, mas existe e tá no jardim da casa ao lado.  Quem sabe eu vá lá a noite e cometa um furto. Só espero que ela não morra antes de mim.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

INHA!

Sobre a Morte....

Outro dia um amigo me disse a seguinte frase: melhor copiar algo bom que criar coisas desinteressantes. Não sei se concordo com ele no todo, mas uma coisa é certa, coisas desinteressantes são chatas e vice versa. No entanto, copiar algo interessante e tornar-lo chato também não merece muito crédito, então acho que a originalidade sempre será válida.
Comecei a falando isso porque me ocorreu um pensamento um tanto curioso, a morte. Mas  não qualquer morte, a minha morte. Já pensou em como vai ser o seu ritual de passagem, o nosso famoso velório? Tá ai o exemplo de algo que não podemos fazer por nós mesmo, iremos ter que deixar para que os outros o façam, então é importante pesarmos isso ainda em vida, como uma espécie de ultimo pedido. Coisa estranha, eu sei. Mas não custa nada tentar, sigam-me.
Quando citei “copiar” e “originalidade”  e morte, a minha morte, no início desse texto é porque lembrei-me  de uma crônica de Ruem Alves que li uma vez e cujo nome não me lembro, mas que concordei em termos, então vou agora fazer uma cópia, uma transcrição, uma aliteração ou o que quer que isso seja, pois era uma ótima crônica, e eu prometo ser o mais original possível.
O modo pouco importa, o fato é que uma dia todos vamos virar adubo, partiremos dessa pra outra, se melhor ou pior existem muitas teorias, todas elas convergindo em um ponto: só saberemos quando morrer. Pois bem, admita a possibilidade de que você morreu (irei admitir daqui), e ai começa todo o ritual fúnebre, afinal você é uma pessoa querida e as pessoas vão querer te homenagear, eu espero. Primeiro o velório, a mais estranha reunião de pessoas, umas chorando, outras abraçando-se, sempre tem aquelas com leve sorriso no rosto pronto para ser desfeito assim que for necessário demonstrar tristeza, uma caixa de madeira em verniz e com alças, dentro o seu corpo, aliás, o de cujos, exposto como um prêmio para aqueles que sabem da existência da morte, mas agradece por não ter sido um dos seus desta vez, ou ele próprio. Primeira coisa que peço aos meus amigos e familiares é que, quando chegar a minha vez, não coloquem carros de som anunciando, isso é de um mau gosto miserável, e não se faz necessário, esse é o tipo de notícia que voa longe e rápido. Segundo, eu peço que invertam a ordem, me enterrem primeiro, sem que muitos saibam, de uma forma simples e sem muitos detalhes e só depois façam o velório, chamem todos os meus amigos, do mais chegado ao recém conhecido e toda família também, ao invés do caixão com eu corpo no meio da sala, coloquem fotos minhas e de meus amigos se divertindo, uma impressa em tamanho muito grande, aquela em que todos sorriem da forma mais natural e verdadeira possível. Essa é a imagem que eu quero deixar aos que ficam, uma imagem viva, e não a de um ser com os braços sobre o peito e pálido.
Peço também que não tragam flores, nem reais nem artificiais, pelo simples motivo de que não quero mais ninguém morto enterrado comigo, pois as flores artificiais já nascem mortas, e as reais, nossa, é um sacrilégio a sua presença num velório, arrancadas de suas vidas e destino de embelezar a vida e levada mortas e tristes para um ambiente de saudade e tristeza. Substituíam as horrendas coroas de flores por um perfume de alfazema  e pode colocar uma boa música para tocar em volume que abafe o choro, pode ser Belchior ou Bob Dylan, podem fazer uma seleção da Legião Urbana também, só não coloquem “vento no litoral” e “Love in the Afternoon”, adoro essas músicas, mas não as acho apropriadas para uma despedida, são muito tristes, e basta de tristeza. Chamem só as pessoas que realmente interessam, comprem alguma comida que o morto gostava de comer, recomendo para o meu comida baiana, um caruru com vatapá, moqueca de camarão e arroz. Uma bebida também que ele gostava de beber, pode ser um vinhozinho, cerveja, licor de jenipapo, se tiverem com uma graninha, wisk e é claro, um suco de umbu. Comam e bebam o que o morto mais gostava, isso se chama comer o morto, nos EUA, falem sobre ele, contem suas histórias juntos, celebrem sua vida ao invés de lamentar sua morte.
Outra coisa, nada de ministro de confissão religiosa para falar, a não ser que alguém próximo tenha se tornado pastor, padre, bispo, pai de santo ou outro qualquer, afinal de contas o que sabem esses profissionais da religião sobre a vida desta pessoas mais que seus amigos e familiares? 
As pessoas claustrofóbicas podem ter receio de serem enterradas num caixão, eu não me importo, mas peço pra falarem de mim as vezes, e se for possível plantem uma arvore em minha homenagem no quintal de casa, sugiro uma mangueira, é uma arvore bonita, grande e de frutos deliciosos.
 Por fim, eu espero que não tenha o “epitáfio” de titãs no meu túmulo, mas gostaria de parafrasear Alvarez de Azevedo e pedir para que coloquem em minha lápide com toda ousadia: “Descansem o meu leito solitário na floresta dos homens esquecida, à sombra de uma cruz, e escrevam nela: foi poeta - sonhou - e amou na vida.”.

Curiosidades Musicais

Em entrevista publicada na BIZZ em maio de 1989, Renato conta que copiava os modelos de um livro "cor-de-rosa que falava dos primeiros punks" e que colocava grampos na boca, se furava de verdade. "Nossa, ele ficava uma feiúra... Pintava o cabelo com três cores diferentes, rasgava a roupa toda e botava alfinetes de fralda. Também usava um pé de tênis vermelho, outro azul...", descreve hoje sua mãe, dona Maria do Carmo. "Eu não gostava daquela coisa, reclamava com o Júnior, mas ele ria e falava: ‘Isso é punk, mãe! É punk!!!’ " Ela lembra ainda de uma ocasião em que Renato foi vestido desse jeito a uma apresentação nobre do bailarino Mikhaíl Baríshnikov. "Era um espetáculo em que estavam muitos nomes importantes do cenário político de Brasília, inclusive militares. Naquele dia, pensei que ele fosse ser preso... Antes mesmo de ver o balé - que ele adorava -, queria provocar." Resumindo a ópera: falando inglês o tempo todo, Renato se passou por alguém de alguma embaixada, conseguiu lugar na primeira fila, foi ao camarim ao fim da apresentação e ainda ficou amigo do bailarino. "Ele chegou em casa às duas da madrugada e logo foi me acordar para contar a história e dizer que Baríshnikov fazia questão de que ele estivesse presente nas outras duas performances que faria no Rio e em São Paulo", diz a mãe. Renato acabou nem seguindo o astro, mas mostrou o tamanho do seu carisma.